OPAS: Maioria das mães de bebês com microcefalia teve sintomas de zika na gravidez, revela estudo
De 100 mães entrevistadas em Pernambuco, 59 apresentaram durante a gestação uma forma de erupção cutânea que é sintoma comum em pessoas infectadas pelo zika. Pesquisa também analisou saúde de 104 crianças nascidas com microcefalia e descobriu que 70 apresentaram variação severa da malformação.
Em estudo publicado recentemente (29), o Microcephaly Epidemic Research Group – do qual fazem parte a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), o governo do Brasil e diversas instituições de pesquisa brasileiras – apontou que, de 100 mães de crianças com microcefalia entrevistadas em Pernambuco, 59 notaram a presença de exantema, uma forma de erupção cutânea, durante a gravidez.
O sintoma é comum em pessoas infectadas pelo vírus zika, o que fortalece as evidências de que o atual surto de microcefalia estaria associado à epidemia da doença transmitida pelo Aedes aegypti.
A pesquisa também analisou o quadro de saúde de 104 crianças nascidas com microcefalia. Desse grupo, 70 apresentaram microcefalia severa, com um perímetro cefálico calculado em torno de 29 cm. Segundo o parâmetro adotado pelo estudo, a malformação congênita já é diagnosticada quando a circunferência da cabeça mede de 30 a 32 cm.
Seis crianças foram diagnosticas com infecções como dengue, herpes e sífilis – três dos seis agentes patogênicos que podem causar microcefalia de padrão infeccioso em bebês, caso a mãe seja portadora de um deles. Isso indica que outros fatores poderiam ter provocado a malformação congênita nesses casos.
Além desta pesquisa descritiva, está em andamento, desde dezembro de 2015, um estudo caso-controle, que busca identificar a associação entre microcefalia e potenciais fatores de risco.
O Microcephaly Epidemic Research Group é um grupo formado por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco – Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (Fiocruz/CPqAM), do Ministério da Saúde, da OPAS, do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), da Universidade Federal de Pernambuco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Estado de Saúde de Pernambuco, da Universidade Federal da Fronteira Sul, da Universidade de Pernambuco, do Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde e da London School of Hygiene & Tropical Medicine.
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