Powered By Blogger

quinta-feira, 21 de abril de 2016

S.O.S Zika e Microcefalia: "1º grupo a estudar microcefalia não tem verba para pesquisa"

1º grupo a estudar microcefalia não tem verba para pesquisa

 - Atualizado: 14 Abril 2016 | 03h 02

Adriana Melo, especialista em medicina fetal, destacou relação entre a infecção por zika e a má-formação em novembro do ano passado

'O que me surpreende é que o grupo pioneiro nessa investigação não tem recursos para continuar suas pesquisas'
'O que me surpreende é que o grupo pioneiro nessa investigação não tem recursos para continuar suas pesquisas'
BRASÍLIA - Responsável pela identificação do vírus no líquido amniótico de dois bebês com microcefalia, a especialista em medicina fetal de Campina Grande Adriana Melo disse não estar surpresa com a constatação feita pelo CDC de que os casos de má-formação têm relação com a infecção por zika. “Dizemos isso desde novembro. Nosso estudo foi publicado em janeiro numa revista científica”, observou. “O que me surpreende é que o grupo pioneiro nessa investigação não tem recursos para continuar suas pesquisas”, lamentou Adriana, que preside o Instituto de Pesquisa Joaquim Amorim Neto, de Campina Grande. 
Já para a neuropediatra do Hospital Barão de Lucena Vanessa Van der Linden, a notícia trará avanços na prevenção de novos casos. “Por mais que medidas já tivessem sido adotadas, ainda havia uma nuvem em torno da exata relação entre zika e microcefalia”, disse. “O foco agora estará na descoberta de soluções.”
Pernambuco foi o primeiro Estado a identificar um aumento expressivo dos nascimentos de bebês com a má-formação. A descoberta teve como ponto de partida uma conversa entre Vanessa e a mãe, Ana, também neuropediatra do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Em outubro, a mãe comentou com a filha que, em um mesmo dia, havia atendido sete casos da má-formação, até então rara. Vanessa, por sua vez, havia recebido cinco casos. Diante da constatação, ligaram para outra colega, Adélia de Souza, que relatou também um aumento anormal de atendimentos. A partir daí, uma rede se formou e em pouco tempo, 40 casos foram reunidos.
7 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A MICROCEFALIA
REUTERS / Ueslei Marcelino
O que é microcefalia?
É uma má-formação congênita em que a criança nasce com o perímetro cefálico menor do que o convencional, que é de 32 centímetros. Isso significa que o cérebro não se desenvolveu da maneira esperada.  
Paradigma. Partiu então do professor Carlos Brito, da Universidade Federal de Pernambuco e colaborador da Fundação Oswaldo Cruz, a associação entre zika e aumento de casos de microcefalia. “Para mim, essa era a hipótese mais plausível. Além disso, os casos se espalharam em partes do Estado onde havia circulação do zika. Não havia como ser outro fator.”
Brito disse considerar justificável a cautela apresentada por entidades científicas para fazer a associação. “Era uma quebra de paradigma, um vírus transmitido por mosquito provocando má-formação nos bebês.” 
O zika, até então, era considerado inofensivo, um “primo” leve da dengue. “Algumas pessoas chegaram a dizer que o problema era provocado por subnotificação, que a microcefalia sempre esteve aí, mas era pouco diagnosticada. Outros atribuíam a agrotóxicos ou a reações a imunizantes. Para mim, isso somente retardou todo processo. Uma confusão desnecessária”, completou Brito. 

http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,grupo-pioneiro-no-estudo-sobre-microcefalia-nao-tem-verba-para-pesquisa,1855890

Nenhum comentário: