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quarta-feira, 15 de março de 2017

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Sigmund Freud - Biografia

Embora Freud fosse agnóstico (A posição agnóstica é caracterizada por considerar que certas realidades são icognoscíveis, o que tornaria supérflua qualquer especulação ou discussão sobre, nesse caso, a existência de Deus (Loureiro (2005)), a educação judaica lhe proporciona um sólido conhecimento da Bíblia, bem como a familiaridade com procedimentos e técnicas de interpretação dos textos sagrados.

Influências das Artes e Literatura 

Em suas obras Sigmund Freud cita grandes nomes da literatura universal (Sófocles, William Shakespeare, Miguel de Cervantes, Henrik Ibsen, Fiodor Dostoieski) e contemporâneos de todas as matizes (Thomas Mann, Emile Zola, Mark Twain); sobressaem os autores de língua alemã, como Heinrich Heine, Friedrich Schiller e Johann Wolfgang von Goethe (figura central no universo intelectual de Freud, e citado por ele mais de uma centena de vezes em seus escritos). Demonstra também grande interesse pela escultura (Michelangelo) e pela pintura (Leonardo da Vinci, Herman von Riju Rembrandt).
Em 1896 Freud iniciou sua célebre coleção de antiguidades, composta por mais de 2000 peças, das mais variadas procedências; que testemunha o grande interesse de Freud por civilizações antigas e pela arqueologia. 
FreudO interesse artístico-literário de Freud se infiltra profundamente na psicanálise, e estilo freudiano de escrita e argumentação é bastante “literário”.  Loureiro (2005) relata que a prosa elegante de Freud foi admirada por muitos críticos e o único prêmio que Freud recebeu em vida, o Prêmio Goethe (1930), foi-lhe atribuído pelas qualidades literárias de sua obra.  
Sob a influência de uma amizade formada na escola com um menino mais velho, Freud desenvolveu o desejo de estudar direito e de dedicar-se a atividade sociais. Ao mesmo tempo, as teorias de Darwin atraíram-lhe a atenção, “pois ofereciam esperanças de extraordinário progresso em nossa compreensão do mundo” (Freud, 1935); e foi ouvindo o ensaio de Goethe sobre a Natureza, lido em voz alta numa conferência popular pelo professor Carl Brühl pouco antes de ter deixado a escola, que Freud resolveu tornar-me estudante de medicina. 
Ao completar a escola secundária, o jovem Freud já sabia latim, grego, judeu, alemão, francês, inglês e tinha ainda noções de italiano e espanhol.

Formação Médica e Estudos em Fisiologia

Em 1873 ingressou na universidade de medicina, sofrendo grande preconceito por ser judeu. Entre 1876 e 1888 com breves interrupções trabalhou no laboratório de fisiologia de Ernst Brücke e seus assistentes Sigmund Exner e Ernst Fleischl von Marxow.  Recebeu seu título de doutor em 1881.
Devido a sua situação financeira desfavorável, Freud se viu impelido a abandonar a carreira de teórico ingressou no Hospital Geral como Aspirant (assistente clínico). Logo depois foi promovido a Sekundararzt (médico estagiário ou interno), e trabalhou em vários departamentos do hospital, entre outros por mais de seis meses sob a orientação de Meynert, cujo trabalho e personalidade muito lhe haviam impressionado quando ainda era estudante.
Meynert propôs que Freud devia dedicar-se inteiramente à anatomia do cérebro e prometeu passar-lhe suas atividades como conferencista, visto sentir-se velho demais para lidar com os métodos mais novos. Havia naquela época, em Viena, poucos especialistas em neurologia, o material para seu estudo estava distribuído por grande número de diferentes departamentos do hospital, não havia oportunidade satisfatória para aprender a matéria, e se era forçado a ser professor de si mesmo. (Freud, 1935)
Em 1885, foi nomeado conferencista (Dozent) de neuropatologia com base em suas publicações histológicas e clínicas. Logo depois, como resultado de caloroso testemunho de Brücke, foi concedida uma bolsa de estudos que possibilitou sua viajem para Paris para assistir às aulas de Charcot.

Aulas com Charcot 

Freud (1935) declara que no início Charcot dispensava-lhe pouca atenção; mas Charcot um dia em uma de suas aulas declarou que estava necessitando de um tradutor de alemão para suas conferências, prosseguiu dizendo que ficaria satisfeito se alguém se encarregasse de verter o novo volume de suas conferências para o alemão. Freud ofereceu-lhe seus préstimos. Charcot aceitou a oferta, foi admitido no círculo de seus conhecidos pessoais, e a partir dessa época tomou parte integral em tudo que se passava na clínica.
Antes de partir de Paris, Freud examinou com Charcot um plano para um estudo comparativo das paralisias histéricas e orgânicas. Freud desejava estabelecer a tese de que na histeria as paralisias e anestesias das várias partes do corpo se acham demarcadas de acordo com a idéia popular dos seus limites e não em conformidade com fatos anatômicos. Mas na realidade Charcot não teve qualquer interesse especial em penetrar mais profundamente nesse estudo. (Freud, 1935)
No outono de 1886, fichou-se em Viena como médico e casou-se com Martha. Cabia-lhe apresentar um relatório perante a ‘Gesellschaft der Aerzte’ (Sociedade de Medicina) sobre o que vira e aprendera com Charcot. Teve, porém, má recepção. Pessoas de autoridade declararam que o que ele disse era inacreditável. Meynert desafiou-lhe a encontrar alguns casos em Viena semelhantes àqueles que ele descrevera e a apresentá-los perante a sociedade. Foi excluído do laboratório de anatomia cerebral e durante intermináveis trimestres não teve onde pronunciar suas conferências; afastou-se da vida acadêmica e deixou de freqüentar as sociedades eruditas.

Josef Breuer 

Enquanto ainda trabalhava no laboratório de Brücke, Freud travara conhecimento com o Dr. Josef Breuer que era um dos médicos de família mais respeitados de Viena. Antes da viagem de Freud a Paris, Breuer já havia lhe falado sobre um caso de histeria que, entre 1880 e 1882, ele havia tratado de maneira peculiar, o qual lhe permitira penetrar profundamente na acusação e no significado dos sintomas histéricos. Freud fez um esboço desse caso a Charcot, que não demonstrou nenhum interesse no assunto.
A paciente, que mais tarde ficou conhecida nos livros de psicanálise como Ana O. (Berta Papenheim), tinha sido uma jovem de educação e dons incomuns, que adoecera enquanto cuidava do pai, pelo qual era devotamente afeiçoada. Quando Breuer se encarregou do caso, esta apresentava um quadro variado de paralisias com contraturas, inibições e estados de confusão mental. Ela podia ser aliviada de seus sintomas se fosse induzida a expressar em palavras a fantasia emotiva pela qual se achava no momento dominada. A partir dessa descoberta, Breuer chegou a um novo método de tratamento. Ele a levava a uma hipnose profunda e fazia-a dizer-lhe, de cada vez, o que era lhe oprimia a mente. Esta paciente, durante o estado de transe hipnótico, recordava uma série de ocorrências traumáticas que aconteceram em um passado remoto, e das quais ela não lembrava quando em estado consciente.Por esse processo Breuer conseguiu, após longos e penosos esforços, aliviar a paciente de seus sintomas.
Freud começou então a repetir as pesquisas de Breuer com seus próprios pacientes. Após observar durante vários anos que os achados de Breuer eram invariavelmente confirmados em cada caso de histeria acessível a tal tratamento, e depois de haver acumulado considerável quantidade de material sob a forma de observações análogas às dele, Freud propôs a Breuer lançar uma publicação conjunta.
Freud (1935) diz que, no início, Breuer objetou com veemência, mas por fim cedeu, especialmente tendo em vista que, nesse meio tempo, as obras de Janet haviam previsto alguns dos seus resultados, tais como o rastreamento de sintomas histéricos em fatos da vida do paciente e sua eliminação por meio da reprodução hipnótica in statu nascendi. Em 1893 foi lançado uma comunicação preliminar, “Sobre o Mecanismo Psíquico dos Fenômenos Histéricos”, e em 1895 seguiu-se o livro, Estudos sobre a Histeria.
Entre Comunicação Preliminar e Estudos Sobre Histeria, Freud publicou o artigo As Neuropsicoses de Defesa (1894) onde já demonstra sua independência em relação às idéias de Breuer. É nesse trabalho que Freud começa a tratar de forma intensa o fenômeno da defesa; mas é importante sublinhar que ele só entende de forma profunda esse fenômeno quando abandona a hipnose e passa para o método de associação livre. Foi o conceito de defesa que rompeu de forma decisiva com a concepção neurologizante do conflito psíquico.  
Freud (1935) diz que Estudos sobre a Histeria não procurou estabelecer a natureza da histeria, mas apenas lançar luz sobre a origem de seus sintomas. Assim, dava ênfase à significação da vida das emoções e à importância de estabelecer distinção entre os atos mentais inconscientes e os conscientes (ou, antes, capazes de ser conscientes). O livro introduziu também a noção de um fator dinâmico, supondo que um sintoma surge através do represamento de um afeto, e um fator econômico, considerando aquele mesmo sintoma como o produto da transformação de uma quantidade de energia que de outra maneira teria sido empregada de alguma outra forma. 
Freud passou a sustentar que não era qualquer espécie de excitação emocional que estava em ação por trás dos fenômenos da neurose, mas habitualmente uma excitação de natureza sexual. Passou, então, a investigar a vida sexual dos chamados neurastênicos, que costumavam visitar-lhe em grande número durante suas horas de consulta. Essa experiência custou-lhe a popularidade como médico. Ele percebeu que em todos esses pacientes graves irregularidades da função sexual se encontravam presentes.
Breuer tentava explicar a divisão mental nos pacientes histéricos pela ausência de comunicação entre vários estados (estados de consciência) e construiu então, a teoria dos “estados hipnóides”. Freud encarava a divisão psíquica como efeito de um processo de repulsão, que na época ele denominou de “defesa” e depois de “repressão”. Com o tempo as duas teorias, “da defesa” e “hipnóide” se opuseram. Mas segundo Freud (1916) o que realmente causou o rompimento os dois foi a ênfase de Freud na significação da sexualidade na etiologia das neuroses. 
Durante os anos que se seguiram à publicação dos Estudos sobre Histeria, Freud leu alguns artigos sobre o papel da sexualidade na etiologia das neuroses perante várias sociedades médicas, mas só obteve incredulidade e contradição. Breuer tentou por algum tempo usar sua influência pessoal a favor de Freud, mas nada conseguiu. Sendo que Breuer não estava inclinado a reconhecer a etiologia sexual das neuroses.  Breuer abandonou Freud a própria sorte, mas também nunca usou sua autoridade como o terapeuta de Ana O para atacar Freud diretamente. E Freud (1935) relata que não entendeu esse silêncio de Breuer. Só depois, quando reviu o caso Ana O pôde entender a atitude de Breuer. Nesse momento ele “descobre” a transferência e a contratransferência. A paciente de Breuer desenvolvera uma condição de ‘amor transferencial’, Breuer não havia feito a ligação disso com sua doença e então se afastara desalentado.

A teoria do trauma

Freud acreditava que o conflito psíquico e sua conseqüência, a neurose era resultante de repressões impostas por traumas de sedução sexual que realmente teriam ocorrido no passado, e que retornavam sob a forma de sintomas. (Zimerman, 1999). 
Freud (1935) menciona que seus pacientes com freqüência reproduziam cenas nas quais eram seduzidos sexualmente por adultos; ele acreditava nessas historias e pensou ter descoberto as raízes da neurose subsequente nessas experiências de sedução sexual na infância. 
Freud tentava de forma coercitiva estimular os pacientes a recordar o trauma que havia sido esquecido e que tinha relação direta com os sintomas histéricos. Primeiramente para superar as resistências dos pacientes Freud se utilizou da sugestão, do estímulo e da insistência. No entanto esse método foi substituído por outro, onde em vez de incitar o paciente a dizer algo sobre algum assunto específico, solicitava que se entregasse a um processo de associação livre — isto é, que dissesse o que lhe viesse à mente, sem dar qualquer orientação consciente a seus pensamentos. 
A partir de 1896 Freud passa a empregar o método da associação livre, abandonando o método hipnótico, por considera-lo um meio artificial de neutralizar as resistências. 
Por volta de 1897, Freud se deu conta de que o trauma psíquico era insuficiente para explicar todos os sintomas neuróticos. Ele percebeu que suas pacientes não contavam sempre a verdade e que seus discursos estavam cheios de idéias fantasiosas. Os sintomas neuróticos não estavam diretamente relacionados com fatos reais, mas com fantasias impregnadas de desejos; e, como destaca Freud (1935), no tocante à neurose, a realidade psíquica era de maior importância que a realidade material. A sedução durante a infância retinha certa parcela, embora mais humilde, na etiologia das neuroses. Mas os sedutores vieram a ser, em geral, crianças mais velhas.
Freud com o tempo pôde concluir que tudo que tinha sido esquecido de alguma forma fora aflitivo; e que ao mesmo tempo havia algo no próprio individuo que tentava a todo custo não ser lembrado. Surgia a teoria da resistência e por conseguinte, a do recalque.

A teoria dos sonhos 

Sigmund FreudA teoria dos sonhos também veio trazer novas possibilidades para a psicanálise; abriu um caminho que conduzia muito longe, até as esferas do interesse universal. O sonho é de grande importância na psicanálise, porque não são manifestações patológicas como os sintomas, mas uma manifestação da vida mental normal que poderia ocorrer em qualquer pessoa sã. (Freud, 1935)
Interpretação dos Sonhos (1900) marca a passagem para um modelo que investiga não apenas as manifestações psicopatológicas, mas capaz de dar conta do psiquismo em geral. No Capitulo VI da Interpretação dos Sonhos Freud formula o primeiro grande modelo do aparelho psíquico (a primeira tópica). O psiquismo é composto por dois grandes sistemas – inconsciente e pré-consciente/consciente – que são separados por uma barreira (a censura) que através do mecanismo do recalque expulsa e mantêm certas representaçoes inaceitáveis fora do sistema consciente. Mas essas representações exercem uma pressão para tornarem-se conscientes e ativas. Ocorre um jogo de forças, entre os conteúdos reprimidos e os mecanismos repressores. Como resultado desses conflitos há a produção das formações do inconsciente: os sintomas, sonhos, lapsos e chistes. Essas formações representam o fracasso e o sucesso das duas forças conflitantes e representam uma espécie de acordo entre elas.
Em 1905 veio a público os Três Ensaios para uma Teoria da Sexualidade. Esse texto situa a sexualidade como a base da vida psíquica. Loureiro (2005) diz que a psicanálise efetua uma verdadeira ruptura naquilo mesmo que era considerado sexualidade. Ao contrário dos discursos normativos da sexologia e da criminologia, que priorizavam a explicação dos desvios sexuais com base em teorias da hereditariedade e da degenerescência, a concepção psicanalítica da sexualidade embaralha as fronteiras entre normal/patológico, bem como prescinde da categoria de instinto sexual (impulso pré-formado, comum à espécie como um todo, dotado de objeto e finalidade fixos).  Freud usa o termo Trieb (impulso ou pulsão); pulsão não implica nem comportamento pré-formado, nem objeto específico. A pulsão demonstra a múltiplas, contingentes e mutantes feições que pode assumir a sexualidade humana. 

O Fim do isolamento de Freud

Até 1906, Freud já havia lançado as bases fundamentais da psicanálise: a primeira tópica com a divisão do psiquismo em três instancias (consciente, pré-consciente e inconsciente); as fases psicossexuais da sexualidade infantil; Complexo de Édipo; os conceitos de transferência e contratransferência; a importância das resistências etc..
Por mais de dez anos após o seu afastamento de Breuer, Freud não teve seguidores. Ficou completamente isolado. Em Viena, foi evitado; no exterior, ninguém lhe deu atenção. A Interpretação de Sonhos Freud (1900), mal foi objeto de críticas nas publicações técnicas. 
Após 1906 seu isolamento gradativamente chegou ao fim. Para começar, um pequeno círculo de alunos reuniu-se em torno de Freud em Viena; depois chegou a notícia de que os psiquiatras de Zurique, E. Bleuler, seu assistente C. G. Jung e outros, estavam adquirindo vivo interesse pela psicanálise. Entraram em contato pessoal, e na Páscoa de 1908 reuniram-se em Salzburg, concordaram com a realização regular de outros congressos informais semelhantes e adotaram providências para a publicação de um órgão que foi organizado por Jung e que recebeu o título de Jahrbuch für psychoanalytische und psychopathologische Forschungen (Anuário de Pesquisas Psicanalíticas e Psicopatológicas). Veio a lume sob direção de Freud e Bleuler, deixando de ser publicado no início da Primeira Guerra Mundial. Ao mesmo tempo em que os psiquiatras suíços ingressavam no movimento, o interesse pela psicanálise começou também a ser despertado em toda a Alemanha, tornando-se tema de grande número de comentários escritos e de vivos debates em congressos científicos. Mas sua acolhida em parte alguma foi amistosa ou mesmo benevolentemente neutra. Segundo Freud (1935), após travar o mais leve conhecimento com a psicanálise, a ciência alemã estava coesa para rejeitá-la.
A partir de 1906 Freud e passou a reunir-se na sala de espera com um seleto grupo de brilhantes colaboradores: Abraham, Fereczi, Rank, Steckel, Sanchs, Jung, Adler. Eram as chamadas “Reuniões das Quartas-Férias”.
Entre 1914 e 1917 Freud produz seus “artigos metapsicológicos” que buscavam sintetizar o conhecimento teórico até então construído. Sobre o Narcisismo’ (1914) ‘As Pulsões e suas Vicissitudes’ (1915), ‘Repressão’ (1915), ‘O Inconsciente’ (1915), ‘Luto e Melancolia’ (1917) etc. vem fazer parte dessa tentativa de construção de uma Metapsicologia. Com isso Freud queria construir um método de abordagem de acordo com o qual todo processo mental é considerado em relação com três coordenadas, as quais descreveu como dinâmica, topográfica e econômica, respectivamente. 
Em sua Teoria Sobre o Narcisismo (1914) Freud atribui novas dimensões ao conceito de libido e, consequentemente, à psicanálise.O desenvolvimento do conceito de narcisismo coloca a prova o dualismo entre pulsões do ego (pulsões de autopreservação) e pulsões sexuais. 
Em Além do Princípio do Prazer (1920), Psicologia de Grupo e a Análise do Ego (1921c) e O Ego e o Id (1923), Freud considera uma nova solução para o problema das pulsões. Combinou as pulsões para a autopreservação e para a preservação da espécie sob o conceito de Eros e contrastou com ele um instinto de morte ou destruição que atua em silêncio. A pulsão, em geral, é considerada como uma espécie de elasticidade das coisas vivas, um impulso no sentido da restauração que outrora existiu, mas que foi conduzida a um fim por alguma perturbação externa. Esse caráter essencialmente conservador dos instintos é exemplificado pelos fenômenos da compulsão de repetição. O quadro que a vida nos apresenta é o resultado da ação simultânea e mutuamente oposta de Eros e do instinto de morte.
Em O Id e o Ego Freud (1923) entrega-se à tarefa de dissecar o aparelho mental, com base no ponto de vista analítico dos fatos patológicos, e o divide em um ego, um id e um superego. O superego é o herdeiro do complexo edipiano e representa os padrões éticos da humanidade.

Bibliografia


Fonte: https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/sigmund-freud-biografia © Psicologado.com
Fonte:https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/o-metodo-da-associacao-livre

Dr. Breuer: De Volta ao Primórido da Psicanálise


Dados Profissionais - O Caso “Anna O.”


Bertha Pappenheim (1859-1936), mais conhecida como Anna O., era neta de um personagem importante do gueto judeu de Pressburg e havia herdado uma grande fortuna. Seu pai era um rico comerciante de cereais em Viena e sua família pertencia a uma comunidade judaica estritamente ortodoxa. Sabe-se pouco sobre sua infância e adolescência. Ela falava inglês fluentemente, lia francês e italiano e levava a vida habitual das jovens vienenses da alta sociedade, praticando esportes ao ar livre, sobretudo a equitação.

Ao nascer, seus pais já tinham uma filha de dez anos que morreu quando Bertha contava oito anos, e haviam perdido a segunda aos quatro anos. Um ano após o nascimento da paciente, nasceu seu irmão caçula, que segundo os dados aportados por Lucy Freeman, foi criado como um príncipe. Bertha sempre foi muito apegada a seu pai que lhe ensinou a ler aos quatro anos de idade. A rivalidade com seu irmão aparece em seus depoimentos, quando se queixa de que seus estudos foram medíocres enquanto para ele, um estudante menos brilhante, não se pouparam quaisquer gastos. Queixava-se sobretudo, de que para ela, uma jovem inteligente e imaginativa, haviam sido destinados o piano e os bordados.

Além das dificuldades de relacionamento com o irmão, Bertha não se dava muito bem com sua rígida genitora, mas devotava ao pai que a mimava, um amor verdadeiramente apaixonado. Jamais havia se enamorado, o que pode ser explicado pela intensa fixação paterna. Apresentava ainda uma obstinada e pueril oposição às prescrições médicas e à religião.

Seu temperamento forte e altivo aparece numa frase escrita em 1922, "se houver justiça no mundo de amanhã, esta será: as mulheres farão as leis e os homens trarão os filhos ao mundo". Sua dificuldade de identificação feminina é revelada pelo pseudônimo escolhido para assinar seus primeiros livros, Paul Berthold (tirado de suas próprias iniciais B. P., invertidas), Berthold é também a versão masculina de seu nome. Outra de suas frases que assinalam sua insatisfação com o papel feminino é: "...Devido à natureza das coisas as meninas são as que sofrem, os meninos são os que aproveitam a vida".

Segundo Breuer, Anna O. tinha 22 anos quando adoeceu em 1880. Era uma jovem inteligente e criativa, ainda que caprichosa e obstinada. Havia um grande contraste entre os anseios da paciente e a vida monótona que levava em casa. Isso a conduzia a um mundo de fantasias, histórias que inventava para si mesma e que se constituíam no que ela denominava seu "teatro privado". Entretanto, tais devaneios não comprometiam sua vida cotidiana e sua família não estava a par do que lhe ocorria.

De julho a dezembro de 1880, Anna cuidou de seu pai que apresentava uma doença pulmonar grave. Passava as noites à sua cabeceira e dormia um pouco durante a tarde. Ficou tão extenuada que foi preciso mantê-la afastada de seu pai. Nessa época, apresentou acessos de tosse e períodos de sonolência e inquietação que duravam toda a tarde. Estes sintomas, entretanto, não chamaram a atenção da família, nem da própria paciente. Em dezembro, ficou acamada e começou a apresentar uma série de sintomas, estrabismo, paralisias, contraturas e zonas de anestesia cutâneas. Falava de forma quase incompreensível, uma mistura de quatro ou cinco idiomas. Às vezes se comportava normalmente, mas parecia deprimida: outras, mostrava-se caprichosa, inquieta e dizia ver serpentes negras. Nesse momento, Breuer foi chamado para tratar a paciente. A paciente passou a falar com seu médico em inglês, idioma que só ambos conheciam, mas entendia tudo o que lhe diziam em alemão. À tarde, caía em um estado de sonolência que denominava de "clouds" (nuvens) e parecia em transe hipnótico. Breuer a visitava nessas ocasiões e ele lhe contava seus devaneios, geralmente histórias de uma jovem ansiosa ante a presença de pessoas enfermas. Quando despertava, sentia-se aliviada. Ela própria deu a estas conversas com Breuer, o nome de "talking cure" (cura pela palavra) e "climney sweeping" (limpeza da chaminé). Em março, estava bastante melhor, mas no dia cinco de abril a notícia da morte do pai causou-lhe um grande choque. Os parentes havia lhe escondido a verdade acerca do estado de seu pai e ela reagiu muito mal a isso. Dizia que lhe haviam roubado seu último olhar e suas últimas palavras. Passou dois dias em estado estuporoso e recusava-se a falar com os parentes, alegando não entender sua língua nativa. Breuer era o único que aceitava e reconhecia, chegando a ter que alimentá-la.
Dez dias após, Breuer teve que viajar e outro médico foi chamado. Anna comportou-se como se não o enxergasse. O médico tentou fazer-se notado, soprando-lhe a fumaça do cigarro no rosto. Ao que a paciente reagiu com uma crise de raiva e ansiedade. Quando Breuer retornou, passou a hipnotizá-la e ela lhe falava sobre as visões que a perturbavam, método que a deixava mais calma e aliviada. Outro dos sintomas apresentados era a impossibilidade de beber água, a paciente vivia de sucos e frutas. Certo dia, durante a hipnose, contou a Breuer sobre o início de seu sintoma. Havia visto o cão da governanta beber água em um copo dos que se usavam na casa, foi tomada de nojo, mas evitou falar com a senhora. Quando saiu do transe pediu um copo e bebeu normalmente. A partir de então, médico e paciente passaram a rastrear o início de cada sintoma e, um a um, eles foram desaparecendo. Em junho estava assintomática e recebeu alta. Alguns dias depois, voltou a ficar agitada e foi internada em um sanatório perto de Constam, na Alemanha. Permaneceu internada de 12 de julho a 29 de outubro de 1882 e tomou altas doses de cloral e morfina para aplacar as dores de uma suposta neuralgia do trigêmeo. Breuer não voltou a tratar dela e segundo os informes do hospital, era uma paciente difícil que costumava criticar a ineficácia da medicina em relação a seus padecimentos e que passava horas diante da fotografia de seu pai.

Após recuperar-se de sua doença nervosa, Bertha dirigiu, a partir de 1895, um orfanato, fez várias viagens aos Balcãs, Oriente Médico e Rússia para fazer investigações sobre o tráfico de escravas brancas e sobre a prostituição. Em 1904, fundou a Liga de Mulheres Judias e três anos após, um estabelecimento de ensino filiado a essa organização. Foi responsável também pela criação de casas de recuperação de prostitutas. Todo esse trabalho social fez dela a fundadora do serviço social na Alemanha e uma das primeiras mulheres a lutar pelos direitos femininos, no início do século. Morou com sua mãe até o falecimento desta e morreu solteira em Frankfurt, em 1936.

O que Breuer evitou dizer sobre sua famosa paciente foi que havendo lhe dado alta e estando prestes a viajar com sua esposa para as férias de verão, foi chamado às pressas à sua casa. Encontrou-a muito agitada, contorcendo-se com dores abdominais. Indagada sobre o que lhe passava, respondeu: "...agora é o filho de Dr. Breuer que está chegando". Assustado, Breuer retirou-se e entregou o caso a um colega.

O fato lhe abalou tanto, que numa carta a Auguste Forel, ele diz: "...jurei nesta época que não voltaria a passar por tal provação... ". Toda vez que tais pacientes o procuravam ele os encaminhava ao jovem Dr. Freud, que havia regressado de Paris, onde estudara com o famoso neurologista, Jean Martin Charcot. Mesmo assim, Breuer continuou a se interessar pela histeria e costumava discutir estes casos com Freud. A colaboração entre eles deu origem, à "Comunicação Preliminar", anterior aos "Estudos", onde os autores dizem que: os histéricos sofrem, principalmente, de reminiscências.

Breuer era o protótipo dos antigos médicos de família, atencioso e capaz de passar várias horas à cabeceira de seus enfermos. Entretanto, ele nada sabia da sexualidade infantil, do complexo de Édipo e da transferência, que só foram descobertos por Freud muito tempo após o tratamento de Anna O. Mas ele foi o primeiro médico capaz de escutar os segredos de sua paciente. Mas do que julgar, se tais idéias eram absurdas ou não, ele ouvia, evitando o método da sugestão hipnótica utilizado na época por Charcot e seu discípulo, Pierre Janet. O desconhecimento dos fenômenos supracitados fez com que fugisse apavorado, diante da gravidez fantasmática de Anna O. Ele não entendeu o que se passara, achava que não fizera nada para que a paciente se apaixonasse por ele, além do mais: "...o elemento sexual parecia ausente nela", diz em seu relato do caso. Ele ignorava que, é sobretudo o não dito que faz presença e que é capaz de provocar as reações menos esperadas num relacionamento interpessoal. A contratransferência, que também é definida por Lacan, como a soma dos preconceitos, das paixões, dos embaraços e mesmo da insuficiente informação do médico, atuava em Breuer.

Ele foi imprudente o bastante, segundo conta Lucy Freeman, para levar sua paciente a passear pelo Prater, em companhia de sua filha. Inconscientemente, fazia com que ela se tornasse um membro de sua família. Não se sabe quais seriam as fantasias deste homem, cuja filha se chamava Bertha e cuja mãe, de mesmo nome, morrera ao dar a luz. Em uma apresentação pessoal para a Academia de Ciências, Breuer escreveu que sua mãe havia falecido na flor de sua juventude e beleza. Seus conflitos inconscientes, seu Édipo não analisado, funcionaram como ponto cego, fazendo com que ele não se desse conta do que ocorria.

Um fato relatado por Freud dá testemunho do que foi o caso Anna O. para Joseph Breuer. Certa vez, dez anos após o incidente, Breuer chamou Freud para examinar uma paciente sua. Tratava-se de uma jovem, "virgo intacta", que apresentava vômitos, amenorréia, obstipação intestinal, abdômen timpânico e distendido. A família relatou que quatro meses atrás, uma das irmãs da paciente havia se casado. Freud compreendeu que a moça, por inveja da irmã, reagira mediante uma identificação com sua situação de casada e fizera uma pseudociese. Entusiasmado com a presteza de seu diagnóstico, ele disse para o amigo: "estamos diante de uma gravidez histérica". A reação de seu colega mais velho foi surpreendente: pegou o chapéu e a bengala e retirou-se da casa sem ao menos se despedir. Era demais para o Dr. Breuer, a coisa se repetira. Ele também sofria de reminiscências.





domingo, 12 de março de 2017

Destaque especial do blog TV PSI: Instituto Federal de Sergipe (IFS) e Federação Interestadual dos Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (Fitert), discutem a implantação do curso superior em Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV

Por: Marcia Meirellys


O IFS inicia tratativas para implantar curso superior de Rádio e TV,  a  iniciativa será a primeira da instituição na área de Comunicação.
Segundo matéria no site do IFS municação Social, “O Instituto Federal de Sergipe (IFS) está discutindo com a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (Fitert) a implantação do curso superior em Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV, que seria o único em pleno funcionamento em Sergipe. A oferta da graduação tem como objetivo, principalmente, a qualificação dos profissionais que atuam nas mídias eletrônicas sergipanas.”
O reitor Ailton Ribeiro de Oliveira, se reuniu com a Federação dos Radialistas para conhecer o projeto.
Em entrevista,  José Antônio Jesus da Silva, diretor coordenador  da FITERT, ressalta que "trouxe a demanda que o ministro determinou, foi  apresentada ao reitor, e após a apresentação, levará de volta para o ministro, que juntamente com o deputado federal André Moura,  implantará o curso de radialismo no Estado de Sergipe, ao mesmo tempo que pontua a importância de formar radialistas com conhecimento técnico para trabalhar no Estado". 
De acordo com Fernando Cabral, secretário de  política social da Federação dos radialistas, a demanda foi apresentada ao ministro da educação, Mendonça Filho, por intermédio do deputado André Moura. Fernando Cabral, destaca que “a formação de nível superior de radio e tv do IFS, com certeza contempla a nossa legislação 6615, que prevê a formação nível superior e nível médio, terá a lacuna de nível superior preenchida, e ofertando a sociedade uma formação de qualidade. Declara que gostaria que ainda esse ano, o curso fosse autorizado pelo MEC para funcionar em Sergipe.” Finaliza Cabral.
Segundo o projeto, a graduação de rádio e tv faz parte da comunicação social e tem duração de 04 anos, entre as disciplinas ofertadas terá:  locução para rádio e tv, direção de fotografia e direção de rádio e em tv.
Segundo o reitor Ailton Ribeiro, “eles tem interesse fundamental nisso, por que historicamente a escola técnica, sempre teve uma rádio interna, e também aproveitando a oportunidade junto ao Fernando Cabral, nós temos uma demanda na ANATEL que foi a reivindicação de uma rádio educativa para o IFS, e neste momento o ministro autorizando esse curso aqui no Estado de Sergipe, com certeza vai existir uma facilidade na aprovação dessa rádio educativa para o Instituto Federal de Sergipe, por que tem tudo haver uma situação com a outra”, concluiu Ailton Ribeiro.
Nós do blog TV PSI parabenizamos a luta e a iniciativa dos sindicatos  e ficamos na torcida para que se concretize o mais breve possível!!! 

Fonte: Geraldo Bulhões Bittencort Filho e site do IFS








 
 





Mostra "Semeando Sorrisos", homenagem da Funcaju ao querido Marcelo Deda

Por Marcia Meirellys

No último sábado, tive a honra de participar de um lindo evento promovido pelo presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), Silvio Santos.Este evento foi uma homenagem ao nosso querido e eterno Marcelo Deda intitulada como Mostra "Semeando Sorrisos".
A nossa diva, vice-prefeita Eliane Aquino participou ativamente transmitindo beleza, boas energias e muita simpatia. Em seu discurso ela frisou que o Marcelo Deda continua presente em cada um de nós e ainda destacou o Instituto Marcelo Déda, que é um sonho realizado a pedido do próprio Deda, que deve estar feliz lá em cima, por ver essa grande mulher no comando da prefeitura de Aracaju ao lado do grande prefeito Edvaldo Nogueira.
A orquestra sinfônica formada por crianças e adolescentes encantou a todos que lá estavam e recebeu elogios da linda Eliane. E dando sequencia ao evento a Mostra "Semeando Sorrisos", contou com a exposição de fotografias com momentos marcantes da trajetória política do nosso querido Marcelo Deda, foto estas captadas pelas lentes da fotógrafa, a bela Janaína Santos, que pra mim é destaque nacional pelo profissionalismo e sensibilidade é só observar o seu lindo trabalho. 
Você pode visitar a Mostra "Semeando Sorrisos" no Centro Cultural de Aracaju. Parabéns a FUNCAJU pela bela iniciativa é realmente uma linda homenagem aquele que se estivesse aqui entre nós, completaria 57 anos, mas não tenha dúvidas que Deda vai estar sempre no coração dos sergipanos!
#VivaMarceloDeda, [
#DedaVive []







 
 










EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA,  ASSINADA 
POR JANAÍNA SANTOS