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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Círculo Vicioso: Aristóteles e sua crítica a seu mestre Platão

Aristóteles e sua crítica a seu mestre Platão


Discípulo da Academia de Platão durante 19 anos, Aristóteles rompe com a teoria dualista, após a morte de seu mestre, fundou sua escola, o Liceu, e assim elabora seu próprio sistema filosófico a partir de uma crítica ao pensamento de seu mestre, Platão, sobretudo à teoria das Idéias.
“Mas talvez seja desejável examinarmos a noção de um bem universal e reparar as dificuldades que ela acarreta embora tal investigação seja penosa devido à amizade que temos pelos autores da teoria das idéias.” [1]
Aristóteles rejeita o dualismo platônico (onde há o ponto primordial de sua crítica), representado na teoria das idéias. Aristóteles levanta a questão no que diz respeito às dificuldades de se explicar a relação entre o mundo inteligível (Mundo das Idéias) e o mundo sensível (a Caverna).
Em todas suas obras, Platão jamais explicou a fundo de que modo as Idéias podiam ser, ao mesmo tempo, imanentes e transcendentes. Preocupou-se em indagar a estrutura do mundo ideal como tal, do que com as suas específicas relações com o sensível e, em particular, com a estrutura deste[2]. Assim, Platão nunca mostrou interesses específicos pelos fenômenos físicos como tais, concebia a pesquisa dos fenômenos naturais e as ciências físicas como estruturalmente ligadas à narração mítica (por que ligadas ao devir), considerava essa pesquisas um jogo, embora elevadíssimo.
Aristóteles na Academia, nutria com grande interesse no mundo físico, indiferente dos demais que, deixavam este de lado e nutria o mundo das Idéias. Aristóteles assim começa toda sua crítica a este sistema de conhecer platônico. Para ele se, as Idéias e os Princípios são supra – sensíveis e transcendentes, então eles não servem de modo algum ao objetivo em vista do qual foram introduzidos: justamente enquanto transcendentes, eles não podem ser nem causa da existência, nem causa do conhecimento das coisas sensíveis, por que a causa essendi et cognoscendi das coisas deve estar nas coisas e não fora delas[3].
Todas as críticas de Aristóteles a Platão, reduzem - se, a um núcleo fundamental, em lugar do Princípio transcendente do Uno – Bem, será preciso introduzir o Bem entendido como causa final de toda a realidade, como a finalidade de todas as coisas[4]. Neste sentindo as Formas são introduzidas no mundo sensível, imanentizando – se. A doutrina dos sinolos de matéria e forma constitui a proposta que Aristóteles apresenta como alternativa para a proposta de seu mestre. O mundo do supra – sensível não é um mundo de Inteligíveis, mas sim de Inteligências, Aristóteles nunca pretendeu negar o mundo supra – sensível, mas negar a forma que Platão falava sobre esta.
A visão de Aristóteles do processo de conhecimento é mais linear do que a de seu mestre, Platão. Não há rupturas como ocorre no indivíduo dentro da “caverna”, trata-se de um processo cumulativo, em que passo a passo progredimos. Neste processo, Aristóteles, ao contrário de Platão, inicia – se com os sentidos ou a sensação, onde seu mestre vê estes como pouco confiáveis.
O próximo passo deste processo é a capacidade de retenção dos dados sensoriais, memória, pois não haveria conhecimentos se tivéssemos só os sentidos. Após estes passos, constitui – se a experiência, onde temos a capacidade de estabelecer relações entre os dados sensoriais retidos na memória. A próxima etapa é chegar à técnica, onde podemos determinar a causa, buscar o porquê das coisas, o conhecimento prático. E o último passo do processo de conhecimento é a ciência ou saber teórico, o conhecimento de conceitos e princípios, é um saber gratuito, uma finalidade em si mesma, que satisfaz uma curiosidade natural do homem.

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