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sexta-feira, 10 de março de 2017
quarta-feira, 8 de março de 2017
Marcia Meirellys - Recebi uma linda rosa do prefeito Edvaldo Nogueira e da vice-prefeita Eliane Aquino, em homenagem ao Dia da Mulher! Muito grata pelo carinho!
Rosa linda, que recebi dos queridos, prefeito Edvaldo Nogueira e da vice-prefeita Eliane Aquino, acompanhada de um cartão com uma linda mensagem em homenagem ao nosso dia!!
<3
<3 Muito obrigada e parabéns pela linda homenagem as mulheres Aracajuanas, na prefeitura!!!
Os dois proferiram um lindo discurso!
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Agora, a nossa prefeitura está mais autêntica, o prefeito acompanhado de uma vice-prefeita, é perfeito e muito mais emocionante!
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Parabéns pra vocês e a todas as mulheres pelo nosso dia, em especial a nossa diva, vice-prefeita Eliane Aquino!
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😘 Com clicks perfeito da linda fotógrafa Janaína Santos


Os dois proferiram um lindo discurso!





Agora, a nossa prefeitura está mais autêntica, o prefeito acompanhado de uma vice-prefeita, é perfeito e muito mais emocionante!

Parabéns pra vocês e a todas as mulheres pelo nosso dia, em especial a nossa diva, vice-prefeita Eliane Aquino!










segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Café com Ciência: Psicopatologia: o que o Behaviorismo Radical tem a...
Café com Ciência: Psicopatologia: o que o Behaviorismo Radical tem a...: Por: Bruno Alvarenga Ribeiro. Se Psicologia significa o estudo da vida mental, faz parte deste estudo a investigação sobre os quadros pa...
Psicopatologia: o que o Behaviorismo Radical tem a nos dizer?
http://cafe-com-ciencia.blogspot.com.br/2013/11/psicopatologia-visao-do-behaviorismo-radical.html
Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.
Se Psicologia significa o estudo da vida mental, faz parte deste estudo a investigação sobre os quadros patológicos que venham a perturbar o funcionamento da mente. Neste sentido, a construção de uma psicopatologia, confere à Psicologia o estatuto epistemológico que ela precisa para ser reconhecida como área do saber que pode reivindicar para si o status de ciência. Então, a luta da Psicologia para ser reconhecida como ciência, coincide com o esforço empreendido na identificação dos diversos quadros patológicos, em saber situar a origem destes quadros e seus possíveis desdobramentos, podendo, assim, proceder a diagnósticos e prognósticos.
Tudo isso acaba conferindo à Psicologia uma utilidade, pois, desta forma, as patologias se tornam tratáveis, e aquilo que faz o homem sofrer pode ser eliminado ou ao menos minimizado. Todavia, a psicopatologia, pilar que dá à Psicologia a possibilidade de ter um estatuto epistemológico próprio, pode ser questionada, e sua fragilidade se revela quando se tem a possibilidade de demonstrar que aquilo que é chamado de doença, muitas vezes não passa de formas de agir que foram aprendidas a partir da vivência de certas experiências.
O Behaviorismo Radical é chamado de radical porque nega radicalmente explicações não materiais e se dedica ao estudo de qualquer comportamento sendo ele público ou privado. Mente e assemelhados são constructos hipotéticos que nada explicam e no modelo de causalidade ambientalista adotado pelo Behaviorismo Radical, é importante que se ressalte que ambiente é entendido como tudo aquilo que é externo ao comportamento e não necessariamente o que é externo ao organismo. (RIBEIRO et al, 2011). Esta definição de ambiente é ampla o suficiente para englobar aqueles eventos que são chamados de privados, pois tudo que afeta o comportar-se pode ser chamado de ambiente, inclusive eventos que se passam sob a pele, que se passam no mundo interior.
Tanto os eventos comportamentais públicos, quanto os privados são causados pelo ambiente. O ambiente exerce sobre o comportamento uma ação seletiva que opera em três níveis: filogenético, ontogenético e cultural. No nível filogenético comportamentos que aumentaram as chances de sobrevivência da espécie foram selecionados assim como foram os traços anatômicos e morfológicos. Estes comportamentos são chamados de reflexos ou respondentes, pois ocorrem sem necessidade de aprendizagem. Eles são parte da dotação genética do organismo, portanto, não o preparam para se adaptar a um ambiente em constantes mudanças, mas somente para se adaptar a um ambiente semelhante aquele em que o comportamento foi selecionado na história evolutiva da espécie.
No nível ontogenético comportamentos são selecionados por causa do seu valor para a adaptação do organismo a um ambiente mutável. Portanto, neste nível há aquisição de novos comportamentos, diferente do nível filogenético em que operam os comportamentos respondentes, e é esta aquisição de novos comportamentos que dá ao organismo maior capacidade de adaptação. No nível ontogenético estão os comportamentos que são chamados de operantes. São assim chamados porque operam no ambiente provocando determinadas modificações (SKINNER, 1993). “Por sua vez estas modificações também alteram o comportamento, tanto em sua função (sentido/intencionalidade) quanto em sua topografia (forma). [...] Sendo assim, o operante é selecionado (determinado) pelas consequências que produz.” (RIBEIRO, 2012, p. 73).
Micheletto (1999) assim se refere à seleção pelas consequências, modelo de determinação adotado por Skinner para explicar o comportamento operante, comportamento que engloba a maior parte de nossas ações, ações que vão desde um aceno com a mão até pilotar um avião:
Este modelo de seleção é aplicável também às práticas culturais que são selecionadas por causa de suas consequências, por causa de seus impactos sobre grupos e culturas. Para guisa de uma conclusão, nos questionemos: que relação pode ser feita entre o modelo de seleção pelas consequências, modelo de causalidade adotado pelo Behaviorismo Radical para explicar o comportamento, e a construção de uma Psicopatologia em Psicologia, construção que coloca em lados opostos o normal e o patológico, a saúde e a doença?
Micheletto (1999) e Ribeiro (2012) assinalam que o efeito da seleção por consequências pode resultar em comportamentos nefastos ao homem, ou seja, que as contingências de reforço podem selecionar comportamentos que colocam em risco a vida humana. Contingências de reforço é um termo para se referir ao fato de que o comportamento operante estabelece relações de dependência com as consequências que produz e com o contexto em que ocorre. Estímulos presentes neste contexto quando associados às consequências (reforços) também passam a agir na determinação do comportamento, e agem de modo a aumentar sua probabilidade de ocorrência. Outros estímulos semelhantes a estes passam a ter a mesma função, o que demonstra que o comportamento é multideterminado, ou seja, que muitas são as variáveis relacionadas à sua ocorrência.
Se as contingências de reforço são responsáveis pela seleção do comportamento, há boas razões para um certo ceticismo acerca da dicotomia normal versus patológico, pois todo comportamento é produto das consequências e estímulos presentes nos contextos em que ocorre, e esse raciocínio é válido até mesmo para os comportamentos mais estranhos, para os comportamentos que caracterizam o que alguns psicólogos chamariam sofrimento psíquico. Desta forma, persistir na construção de uma psicopatologia que coloca de um lado a normalidade e de outro as patologias pode ser questionável.
Banaco (1997, p. 81) ainda acrescenta que “apesar de serem adaptativos no sentido de terem sido selecionados, alguns comportamentos causam sofrimentos às pessoas que os emitem ou àquelas que estão às suas voltas.” Portanto, as contingências de reforço, ou seja, as consequências e circunstâncias relacionadas à probabilidade de emissão do comportamento podem selecionar e evocar comportamentos que geram sofrimento para quem se comporta e para seu grupo social. Sendo assim, a distinção entre normal e patológico pode fazer pouco sentido, pois mesmo os comportamentos que produzem desconforto são selecionados por suas consequências.
Portanto, a chave para o entendimento de qualquer comportamento está nas contingências de reforço, ou seja, nas consequências que o comportamento produz e nas circunstâncias em que ocorre, como também nas contingências filogenéticas e culturais. Toda perplexidade e tendência de entender o comportamento como patológico cai por terra quando se evidenciam as contingências responsáveis por sua seleção e manutenção. Manipular as contingências para modificar o comportamento e assim eliminar possíveis desconfortos relacionados à sua ocorrência parece ser uma alternativa mais promissora que meramente descrever psicopatologias com supostas causas mentais.
BAUM, W. M. Compreender o Behaviorismo: ciência, comportamento e cultura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
BANACO, R. A. Auto regras e patologia comportamental. In: ZAMIGNANI, D. R. (Org.) Sobre comportamento e cognição: a aplicação da análise do comportamento e da terapia cognitivo-comportamental no hospital geral e nos transtornos psiquiátricos. São Paulo: ARBytes, 1997, p. 80-88.
MATOS, M. A. Behaviorismo metodológico e behaviorismo radical. In RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. 2. ed. Campinas: Editorial Psy, 1998, p. 27-34.
MICHELETTO, N. Variação e seleção: as novas possibilidades de compreensão do comportamento humano. In: BANACO, R. A. (Org.). Sobre comportamento e cognição: aspectos teóricos. Metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. 2 ed. Santo André: ARBytes, 1999, p. 1117-131.
RIBEIRO, B. A. et al. Uma análise do programa de recuperação dos alcoólicos anônimos. Conexão ci.: r.cient. UNIFOR-MG, Formiga-MG, v. 6, n. 2, p. 65-78, jul./dez. 2011.
RIBEIRO, B. A. Uma análise behaviorista radical de um modelo prototípico de formação da realidade social proposto por Berger e Luckman. Conexão ci.: r.cient. UNIFOR-MG, Formiga-MG, v. 7, n. 1, p. 69-83, jan./jun. 2012.
SKINNER, B . F. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 1993.

É aqui que se revela a grande contribuição do Behaviorismo Radical para a Psicologia, que é demonstrar que por mais estranho que seja um comportamento, por mais que ele produza desconforto, por mais patológico que pareça, seja por causa da forma estereotipada como é expressado, seja pela frequência com que interfere na emissão de outros comportamentos capazes de produzirem benefícios, ele é um comportamento aprendido, pelo menos isso é verdade quando se trata de comportamento operante. Não se trata de ignorar outros tipos de comportamentos que sejam produtos de outras formas de seleção, e neste artigo serão destacadas três: filogenética, ontogenética e cultural.
O Behaviorismo Radical, cujo criador é B. F. Skinner, é a filosofia de um modo bastante particular de investigação do comportamento (SKINNER, 1993), filosofia que ao invés de adotar a mente e assemelhados como objeto de estudos da Psicologia, elege o comportamento como sendo este objeto. Este modo particular de investigação é conhecido como Análise Experimental do Comportamento. O método experimental compõe o conjunto de estratégias utilizadas para a produção de conhecimentos sobre o comportamento visando investigar as leis que o governam, por meio de manipulação sistemática de variáveis.
O Behaviorismo Radical é chamado de radical porque nega radicalmente explicações não materiais e se dedica ao estudo de qualquer comportamento sendo ele público ou privado. Mente e assemelhados são constructos hipotéticos que nada explicam e no modelo de causalidade ambientalista adotado pelo Behaviorismo Radical, é importante que se ressalte que ambiente é entendido como tudo aquilo que é externo ao comportamento e não necessariamente o que é externo ao organismo. (RIBEIRO et al, 2011). Esta definição de ambiente é ampla o suficiente para englobar aqueles eventos que são chamados de privados, pois tudo que afeta o comportar-se pode ser chamado de ambiente, inclusive eventos que se passam sob a pele, que se passam no mundo interior.
Eventos privados são aqueles acessados somente por quem se comporta (BAUM,1999). Pensamentos, imaginação, sonhos, emoções, entre outros, são exemplos de eventos privados. Mas, não é porque são privados é que são mentais (RIBEIRO et al, 2011). Estes são eventos comportamentais assim como os comportamentos públicos, ou seja, têm a mesma natureza de comportamentos acessíveis diretamente à observação. Em outras palavras, são eventos naturais, que ocupam um lugar no tempo e espaço, e por isso podem ser estudados cientificamente, inclusive com uso do método experimental. A única diferença entre eventos privados e públicos é a acessibilidade.
Tanto os eventos comportamentais públicos, quanto os privados são causados pelo ambiente. O ambiente exerce sobre o comportamento uma ação seletiva que opera em três níveis: filogenético, ontogenético e cultural. No nível filogenético comportamentos que aumentaram as chances de sobrevivência da espécie foram selecionados assim como foram os traços anatômicos e morfológicos. Estes comportamentos são chamados de reflexos ou respondentes, pois ocorrem sem necessidade de aprendizagem. Eles são parte da dotação genética do organismo, portanto, não o preparam para se adaptar a um ambiente em constantes mudanças, mas somente para se adaptar a um ambiente semelhante aquele em que o comportamento foi selecionado na história evolutiva da espécie.
No nível ontogenético comportamentos são selecionados por causa do seu valor para a adaptação do organismo a um ambiente mutável. Portanto, neste nível há aquisição de novos comportamentos, diferente do nível filogenético em que operam os comportamentos respondentes, e é esta aquisição de novos comportamentos que dá ao organismo maior capacidade de adaptação. No nível ontogenético estão os comportamentos que são chamados de operantes. São assim chamados porque operam no ambiente provocando determinadas modificações (SKINNER, 1993). “Por sua vez estas modificações também alteram o comportamento, tanto em sua função (sentido/intencionalidade) quanto em sua topografia (forma). [...] Sendo assim, o operante é selecionado (determinado) pelas consequências que produz.” (RIBEIRO, 2012, p. 73).
O mecanismo de seleção pelas consequências é análogo ao processo de seleção natural. Na seleção natural certas características foram selecionadas por causa do seu valor de sobrevivência, enquanto que na seleção operante certos comportamentos são selecionados por causa do seu valor para a adaptação do indivíduo. Mas, dizer que a seleção gera comportamentos adaptados não significa dizer que as consequências apenas selecionam o que há de melhor, pois este processo pode gerar produtos que a curto prazo parecem benéficos, mas que a longo prazo são prejudiciais. O comportamento de usar drogas é um exemplo de comportamento que a curto prazo parece produzir benefícios (prazer, alívio etc), mas que a longo prazo acarreta consequências nefastas. (RIBEIRO, 2012, p. 78).
A seleção por consequências não resulta, segundo Skinner, em um processo que se dirija para algo melhor e mais desenvolvido. Ela pode produzir processos e produtos nefastos à espécie e ao próprio homem, como o comportamento supersticioso, ou práticas sociais que poderão significar a destruição da espécie humana. (MICHELETTO, 1999, p. 124).
Micheletto (1999) e Ribeiro (2012) assinalam que o efeito da seleção por consequências pode resultar em comportamentos nefastos ao homem, ou seja, que as contingências de reforço podem selecionar comportamentos que colocam em risco a vida humana. Contingências de reforço é um termo para se referir ao fato de que o comportamento operante estabelece relações de dependência com as consequências que produz e com o contexto em que ocorre. Estímulos presentes neste contexto quando associados às consequências (reforços) também passam a agir na determinação do comportamento, e agem de modo a aumentar sua probabilidade de ocorrência. Outros estímulos semelhantes a estes passam a ter a mesma função, o que demonstra que o comportamento é multideterminado, ou seja, que muitas são as variáveis relacionadas à sua ocorrência.
Se as contingências de reforço são responsáveis pela seleção do comportamento, há boas razões para um certo ceticismo acerca da dicotomia normal versus patológico, pois todo comportamento é produto das consequências e estímulos presentes nos contextos em que ocorre, e esse raciocínio é válido até mesmo para os comportamentos mais estranhos, para os comportamentos que caracterizam o que alguns psicólogos chamariam sofrimento psíquico. Desta forma, persistir na construção de uma psicopatologia que coloca de um lado a normalidade e de outro as patologias pode ser questionável.
[...] Se acredito na seleção do comportamento por contingências, quem sou eu para classificar algum comportamento como patológico? A crença na seleção leva a, no mínimo, pensar que todo e qualquer comportamento seja adaptativo, dentro das contingências que o mantém. E se for possível proceder a uma análise funcional da situação na qual o comportamento dito “patológico” se insere, chegar-se-á à conclusão de que aquele seria o único comportamento que poderia acontecer, dadas aquelas contingências. (BANACO, 1997, p. 81).
Banaco (1997, p. 81) ainda acrescenta que “apesar de serem adaptativos no sentido de terem sido selecionados, alguns comportamentos causam sofrimentos às pessoas que os emitem ou àquelas que estão às suas voltas.” Portanto, as contingências de reforço, ou seja, as consequências e circunstâncias relacionadas à probabilidade de emissão do comportamento podem selecionar e evocar comportamentos que geram sofrimento para quem se comporta e para seu grupo social. Sendo assim, a distinção entre normal e patológico pode fazer pouco sentido, pois mesmo os comportamentos que produzem desconforto são selecionados por suas consequências.
Tal argumentação ainda coloca em questionamento o que geralmente são chamadas de doenças psicossomáticas, doenças físicas que tem como origem uma causa mental e/ou emocional. Fenômenos mentais e emoções são exemplos de comportamentos. Se emoções são comportamentos, melhor dizendo, são comportamentos emocionais, estes ao invés de serem tomados como causa de qualquer outro tipo de comportamento, devem ao contrário serem explicitados por meio da elucidação das contingências responsáveis por suas ocorrências. O comportamento emocional como qualquer outro comportamento está sujeito à ação das contingências de reforço. Skinner (1993) sugere que as mesmas causas que provocam o comportamento, são também responsáveis pelo adoecimento físico que se supõe ter como origem os desajustamentos mentais e/ou emocionais:
Uma das mais dramáticas manifestações do suposto poder da vida mental é a produção de doença física. Assim como se diz que uma ideia na mente move os músculos que a expressam, assim também se diz que as atividades não-somáticas da psique afetam o soma. Afirma-se, por exemplo, que as úlceras são produzidas por uma raiva “internamente dirigida”. Deveríamos dizer, antes, que a condição sentida como raiva está medicamente relacionada com a úlcera e que uma situação social complexa provoca as duas. (SKINNER, 1993, p. 135).
Portanto, a chave para o entendimento de qualquer comportamento está nas contingências de reforço, ou seja, nas consequências que o comportamento produz e nas circunstâncias em que ocorre, como também nas contingências filogenéticas e culturais. Toda perplexidade e tendência de entender o comportamento como patológico cai por terra quando se evidenciam as contingências responsáveis por sua seleção e manutenção. Manipular as contingências para modificar o comportamento e assim eliminar possíveis desconfortos relacionados à sua ocorrência parece ser uma alternativa mais promissora que meramente descrever psicopatologias com supostas causas mentais.
FONTE: Boletim Comporte-se
REFERÊNCIAS
BAUM, W. M. Compreender o Behaviorismo: ciência, comportamento e cultura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
BANACO, R. A. Auto regras e patologia comportamental. In: ZAMIGNANI, D. R. (Org.) Sobre comportamento e cognição: a aplicação da análise do comportamento e da terapia cognitivo-comportamental no hospital geral e nos transtornos psiquiátricos. São Paulo: ARBytes, 1997, p. 80-88.
MATOS, M. A. Behaviorismo metodológico e behaviorismo radical. In RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas. 2. ed. Campinas: Editorial Psy, 1998, p. 27-34.
MICHELETTO, N. Variação e seleção: as novas possibilidades de compreensão do comportamento humano. In: BANACO, R. A. (Org.). Sobre comportamento e cognição: aspectos teóricos. Metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. 2 ed. Santo André: ARBytes, 1999, p. 1117-131.
RIBEIRO, B. A. et al. Uma análise do programa de recuperação dos alcoólicos anônimos. Conexão ci.: r.cient. UNIFOR-MG, Formiga-MG, v. 6, n. 2, p. 65-78, jul./dez. 2011.
RIBEIRO, B. A. Uma análise behaviorista radical de um modelo prototípico de formação da realidade social proposto por Berger e Luckman. Conexão ci.: r.cient. UNIFOR-MG, Formiga-MG, v. 7, n. 1, p. 69-83, jan./jun. 2012.
SKINNER, B . F. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 1993.
Café com Ciência: O condicionamento respondente: definição e aplicaç...
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Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.
No post de apresentação do behaviorismo falamos da existência de dois tipos de classes de comportamentos: respondentes, também chamados de reflexos, e operantes. Nos debruçaremos nest post sobre o comportamento respondente. Mas antes vejamos um vídeo bastante ilustrativo. Trata-se de um vídeo que conta a história de como esta classe de comportamentos foi descoberta.
Ivan Petrovich Pavlov é o cientista responsável pela descoberta da classe de comportamentos que chamamos de reflexos. Eis uma descrição suscinta do experimento que levou a descoberta desta classe de comportamentos. A um cão privado de alimentos foi apresentado uma porção de comida. Observou-se que após a apresentação da comida o cão salivou. Acrescentou-se à situação experimental um novo estímulo. Junto com a apresentação da comida tocou-se uma campainha. Depois de seguidas apresentações da comida acompanhada do som da campainha, notou-se que o som passou a provocar a resposta de salivação. No instante 1:14 do filme é dito que o cão de Pavlov aprendeu a antecipar a comida. Supõe-se algum tipo de faculdade mental que permitiu a atencipação da comida. Mas não foi bem isso que aconteceu. O que ocorreu é que outros estímulos da situação experimental, que se associaram ao estímulo comida, passaram adquirir a função de provocar a resposta reflexa de salivação. Pavlov testou este princípio associando o som com a apresentação da comida. Chamamos de condicionamento respondente (reflexo) o processo através do qual um outro estímulo que a princípio era neutro, passa a adquirir a função de eliciar (provocar) uma resposta reflexa. Este estímulo só adquire tal função porque foi associado a um estímulo que tem a função inata de provocar uma resposta reflexa. Chamamos de estímulo incondicionado o estímulo que tem a função inata de provocar uma resposta reflexa. O termo incondicionado faz referência ao fato de que este estímulo provoca uma resposta sem nenhuma necessidade de aprendizagem, ou seja, faz parte da dotação genética do organismo apresentar certas respostas diante de certas modificações no ambiente (estímulos). Por isso muitas vezes as respostas reflexas são chamadas de instintivas, embora o termo instinto faz supor a existência de alguma força oculta capaz de provocar tais respostas.
Não se trata de nenhuma força oculta ou um ellan vital, mas apenas de respostas que foram selecionadas ao longo da evolução das espécies por causa de seu valor de sobrevivência para a espécie. Assim como a evolução selecionou traços anatômicos e morfológicos, ela também foi responsável pela seleção de comportamentos que fossem capazes de aumentarem as chances de sobrevivência da espécie. Da mesma forma a seleção natural selecionou a susceptibilidade de certos comportamentos serem afetados pelas consequências que produzem, comportamentos que chamamos de Operantes. Mas esta é uma outra história a ser abordada em outros posts. Nos interessa no momento a análise da classe de comportamentos que chamamos respondentes. Voltemos então ao que nos interessa.
No instante 2:01 é dito que o cão aprendeu relacionar (associar) o som com a apresentação da comida. Se há alguma associação é aquela que se dá entre o estímulo comida e o estímulo som, e esta associação não se dá dentro do cão em algum tipo de instância mental rudimentar, mas fora do organismo. Se o estímulo que tem a função inata de provocar uma resposta reflexa - uma resposta selecionada pela seleção natural - chamamos de incondicionado, o outro que a ele é associado e passa a adquirir a mesma função é chamado de condicionado. No experimento de pavlov a comida é o estímulo incondicionado enquanto o som é o estímulo condicionado.
A resposta provocada pelo estímulo incondicionado chamamos de resposa reflexa incondicionada. Já a resposta reflexa provocada por um estímulo condicionado chamamos de resposta reflexa condicionada. Em seu experimento Pavlov descobriu dois outros princípios: generalização e extinção.
Uma vez estabelecido o condicionamento de uma resposta reflexa, qualquer estímulo que se assemelhe ao estímulo condicionado é capaz de provocar a resposta reflexa condicionada. Pavlov testou este princípio apresentando sons semelhantes ao som que originalmente foi associado ao estímulo incondicionado (comida). Todos estes sons também foram capazes de provocar a resposta de salivação. Este princípio é chamado de Generalização de Estímulos.
Já o princípio de extinção diz respeito ao enfraquecimento da resposta reflexa condicionada até que esta desapareça. Isso é feito rompendo-se a associação entre estímulo incondicionado e condicionado. Se o estímulo condicionado é apresentado sozinho, com o tempo acaba perdendo sua função de provocar a resposta reflexa condicionada. Ele pode readquirir esta função, desde que, seja novamente associado ao estímulo incondicionado. Pavlov testou este princípio apresentando somente o som, que com o tempo deixou de provocar a resposta de salivação.
Os princípios do condicionamento respondente podem ser aplicados a uma infinitude de situações para explicar o nosso agir, principalmente podem ser aplicados para explicarem nossas reações emocionais, pois parte daquilo que sentimos e expressamos quando nos emocionamos são respostas reflexas. O parceiro que se excita quando vê a lingerie da parceira é um bom exemplo de uma resposta reflexa condicionada. A visão da lingerie foi diversas vezes associada às carícias recebidas durante os momentos de intimidade sexual. Desta associação a lingerie passou a adquirir a função de provocar a resposta de excitação sexual. Está aqui parte da explicação para a formação dos fetiches.
Quando dizemos que nosso estômago embrulha quando estamos na presença de uma certa pessoa, estamos relatando uma resposta reflexa condicionada. Certamente vivenciamos episódios desagradáveis na companhia desta pessoa, ou mesmo ouvimos diversas pessoas falando mal dela, por isso em sua presença nos sentimos nauseados. A pessoa enquanto estímulo se associou aos efeitos dos episódios desagradáveis vividos em sua companhia.
Parte do que acontece nas reações fóbicas são exemplos de repostas reflexas condicionadas. Alguém que um dia tenha presenciado um acidente de automóvel pode sentir-se angustiado, ansioso e nauseado quando entra em um carro. Poderíamos aumentar infinitamente nossa lista de exemplos, mas estes são suficientes para fornecer-nos uma noção da importância desta classe de comportamentos conhecidos como Comportamentos Respondentes (Reflexos).
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O condicionamento respondente: definição e aplicações
http://cafe-com-ciencia.blogspot.com.br/2012/02/o-condicionamento-respondente-definicao.html
Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.
No post de apresentação do behaviorismo falamos da existência de dois tipos de classes de comportamentos: respondentes, também chamados de reflexos, e operantes. Nos debruçaremos nest post sobre o comportamento respondente. Mas antes vejamos um vídeo bastante ilustrativo. Trata-se de um vídeo que conta a história de como esta classe de comportamentos foi descoberta.
Não se trata de nenhuma força oculta ou um ellan vital, mas apenas de respostas que foram selecionadas ao longo da evolução das espécies por causa de seu valor de sobrevivência para a espécie. Assim como a evolução selecionou traços anatômicos e morfológicos, ela também foi responsável pela seleção de comportamentos que fossem capazes de aumentarem as chances de sobrevivência da espécie. Da mesma forma a seleção natural selecionou a susceptibilidade de certos comportamentos serem afetados pelas consequências que produzem, comportamentos que chamamos de Operantes. Mas esta é uma outra história a ser abordada em outros posts. Nos interessa no momento a análise da classe de comportamentos que chamamos respondentes. Voltemos então ao que nos interessa.
No instante 2:01 é dito que o cão aprendeu relacionar (associar) o som com a apresentação da comida. Se há alguma associação é aquela que se dá entre o estímulo comida e o estímulo som, e esta associação não se dá dentro do cão em algum tipo de instância mental rudimentar, mas fora do organismo. Se o estímulo que tem a função inata de provocar uma resposta reflexa - uma resposta selecionada pela seleção natural - chamamos de incondicionado, o outro que a ele é associado e passa a adquirir a mesma função é chamado de condicionado. No experimento de pavlov a comida é o estímulo incondicionado enquanto o som é o estímulo condicionado.
A resposta provocada pelo estímulo incondicionado chamamos de resposa reflexa incondicionada. Já a resposta reflexa provocada por um estímulo condicionado chamamos de resposta reflexa condicionada. Em seu experimento Pavlov descobriu dois outros princípios: generalização e extinção.
Uma vez estabelecido o condicionamento de uma resposta reflexa, qualquer estímulo que se assemelhe ao estímulo condicionado é capaz de provocar a resposta reflexa condicionada. Pavlov testou este princípio apresentando sons semelhantes ao som que originalmente foi associado ao estímulo incondicionado (comida). Todos estes sons também foram capazes de provocar a resposta de salivação. Este princípio é chamado de Generalização de Estímulos.
Já o princípio de extinção diz respeito ao enfraquecimento da resposta reflexa condicionada até que esta desapareça. Isso é feito rompendo-se a associação entre estímulo incondicionado e condicionado. Se o estímulo condicionado é apresentado sozinho, com o tempo acaba perdendo sua função de provocar a resposta reflexa condicionada. Ele pode readquirir esta função, desde que, seja novamente associado ao estímulo incondicionado. Pavlov testou este princípio apresentando somente o som, que com o tempo deixou de provocar a resposta de salivação.
Os princípios do condicionamento respondente podem ser aplicados a uma infinitude de situações para explicar o nosso agir, principalmente podem ser aplicados para explicarem nossas reações emocionais, pois parte daquilo que sentimos e expressamos quando nos emocionamos são respostas reflexas. O parceiro que se excita quando vê a lingerie da parceira é um bom exemplo de uma resposta reflexa condicionada. A visão da lingerie foi diversas vezes associada às carícias recebidas durante os momentos de intimidade sexual. Desta associação a lingerie passou a adquirir a função de provocar a resposta de excitação sexual. Está aqui parte da explicação para a formação dos fetiches.
Quando dizemos que nosso estômago embrulha quando estamos na presença de uma certa pessoa, estamos relatando uma resposta reflexa condicionada. Certamente vivenciamos episódios desagradáveis na companhia desta pessoa, ou mesmo ouvimos diversas pessoas falando mal dela, por isso em sua presença nos sentimos nauseados. A pessoa enquanto estímulo se associou aos efeitos dos episódios desagradáveis vividos em sua companhia.
Parte do que acontece nas reações fóbicas são exemplos de repostas reflexas condicionadas. Alguém que um dia tenha presenciado um acidente de automóvel pode sentir-se angustiado, ansioso e nauseado quando entra em um carro. Poderíamos aumentar infinitamente nossa lista de exemplos, mas estes são suficientes para fornecer-nos uma noção da importância desta classe de comportamentos conhecidos como Comportamentos Respondentes (Reflexos).
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Café com Ciência: O condicionamento operante: definição e aplicações...
Café com Ciência: O condicionamento operante: definição e aplicações...: Por: Bruno Alvarenga Ribeiro. Chamamos de condicionamento operante o processo pelo qual certa classe de comportamentos fica sob o cont..
O condicionamento operante: definição e aplicações
http://cafe-com-ciencia.blogspot.com.br/2012/02/o-condicionamento-operante-definicao-e.html
Por: Bruno Alvarenga Ribeiro.
Chamamos de condicionamento operante o processo pelo qual certa classe de comportamentos fica sob o controle de suas consequências. Esta classe de comportamentos recebe o nome de Operante. O termo faz referência ao fato de que esta classe de comportamentos opera no meio modificando-o, e por sua vez estas modificações também alteram o comportamento.
O comportamento operante foi descoberto por B. F. Skinner. Primeiro Skinner começou trabalhando com animais em laboratório. No seu clássico experimento um rato ou um pombo foram colocados em uma caixa experimental. Nesta caixa existia uma barra e/ou um disco (botão) e um recipiente que liberava água ou comida. O rato ou o pombo privados da água ou comida tiveram acesso tanto a água ou a comida toda vez que exibiram um certo comportamento. No caso do rato o comportamento seria pressionar a barra e no pombo seria o comportamento de bicar um disco (botão) iluminado na parede da caixa experimental.
No entanto, antes das sessões experimentais estes comportamentos não existiam no repertório de comportamentos dos animais. Os mesmos foram modelados. Cada resposta que se aproximava do comportamento almejado (pressionar barra / bicar disco) era imediatamente seguida da consequência ter acesso a comida e/ou a água. Percebeu-se que estas respostas foram se tornando mais fortes. Logo Skinner entendeu que foi estabelecida uma relação de dependência entre a resposta e a consequência por ela produzida (liberação de água ou comida). Ao final do experimento o rato conseguia pressionar a barra e o pombo bicar o disco para que houvesse liberação da comida ou água.
Este simples arranjo experimental foi um passo grandioso, pois ele levou à descoberta da classe de comportamentos que Skinner chamou de operantes. Diferente dos comportamentos respondentes, o comportamento operante não é causado por um estímulo que antecede a sua ocorrência. O comportamento operante é causado (determinado) pelas consequências que produz, pelas alterações que provoca no ambiente. A descoberta da classe de comportamentos operantes rompe com o paradigma de causalidade linear mecanicista.
Rompe porque demonstra que nem todo comportamento é provocado por estímulos que antecedem sua ocorrência, e porque demonstra também a necessidade de se entender a relação que o comportamento estabelece com o meio ao seu entorno para que este possa ser analisado. Sem que conheçamos o comportamento e as modificações por ele produzidas no ambiente, não somos capazes de entender os motivos por trás da sua ocorrência. Disto conclui-se que comportamento é relação e nos dois polos desta relação existem modificações que se processam, e o entendimento do comportamento passa pelo entendimento destas modificações. Um polo é a resposta exibida pelo organismo e o outro polo são as consequências produzidas por esta resposta.
Pode parecer um modelo aparentemente muito simples. No entanto, a coisa fica mais complexa quando descobrimos que a forma como as consequências seguem determinadas respostas são determinantes para a força desta. Mede-se a força de uma reposta pela sua frequência de emissão. Muitas variáveis se interpõem no intervalo entre uma resposta (um curso de ação) e a consequência por ela produzida. A consequência pode seguir imediatamente a resposta, pode segui-la depois de um tempo, ou segui-la depois de ser exibida uma quantidade de vezes etc. Tudo isso faz diferença na análise da resposta, sendo esta a menor fração de uma classe de comportamentos.
Uma classe de comportamentos é formada por várias respostas que têm a mesma função, ou seja, por respostas que produzem o mesmo resultado. Por exemplo, a classe de comportamentos abrir uma torneira pode ser formada por várias respostas que produzem o resultado torneira aberta. Posso abrir a torneira com a mão esquerda, com a mão direita, com as duas mãos, lentamente, vigorosamente etc. Todas estas respostas produzem o resultado torneira aberta. Logicamente que a circunstância em que a torneira é aberta também afeta o comportamento de abri-la. Se for uma torneira com mistura de água quente e fria, posso abrir mais lentamente para testar a mistura. Se abrir rapidamente a água quente posso me queimar, ou se abri-la lentamente a água pode demorar a atingir a temperatura que desejo. Estes exemplos envolvem outros estímulos presentes na circunstância em que o comportamento de abrir a torneira ocorre, mas por enquanto não vamos falar destes estímulos. Fiquemos apenas com a relação entre comportamento e suas consequências.
Vamos dar nomes aos bois, pois assim tudo fica muito mais fácil. Já aprendemos a definir operante. Sabemos que as consequências que um operante provoca são o princípio para entendermos esta classe de comportamentos. Mas estas consequências têm nomes. Vamos introduzir alguns destes nomes (conceitos). Chamamos de reforçadores, estímulos reforçadores ou simplesmente reforços as consequências produzidas por um operante. Estas só podem ser chamadas desta forma se for possível observar que a resposta que gera estas consequências torna-se mais forte. Se isso for observado podemos dizer que existe entre a resposta e a consequência produzida uma relação de contingência. Contingência é um termo técnico para designar relações de dependência entre eventos comportamentais e eventos ambientais.
A relação entre resposta e reforçadores é no condicionamento operante uma contingência. Assim como é uma contingência a relação entre estímulos incondicionado/condicionado e respostas incondicionada/condicionada no paradigma do condicionamento respondente. Dizer que existe uma contingência entre um evento comportamental e um evento ambiental, é o mesmo que dizer que a presença de um aumenta a possibilidade de ocorrência do outro, ou seja, é o mesmo que dizer que existe uma relação de dependência entre estes eventos. Neste sentido, podemos afirmar junto com Skinner que a Psicologia é uma Ciência Natural, pois seu objeto de estudos (comportamento) envolve relações de dependência entre eventos naturais. O vídeo abaixo faz um bom resumo da obra de Skinner e destas relações aqui teorizadas:
Há dois tipos de operações através do qual as consequências podem modificar o comportamento: operação de reforçamento positivo e operação de reforçamento negativo. Os termos positivo e negativo não têm nenhuma relação com energias positivas ou negativas ou com os efeitos emocionais provocados pela apresentação de reforços negativos e positivos. Energias positivas e negativas são entidades metafísicas que não têm lugar na psicologia skinneriana, são especulações a respeito do comportamento. Não são eventos naturais. Sendo assim, não podem possuir o status de agentes causais do agir humano, assim como a mente e assemelhados. Não podemos, por exemplo, com o conceito de mente (id, ego, superego, inconsciente, cognição etc) fazer qualquer previsão sobre o comportamento humano. Mas podemos com o conceito de reforço criar esta margem de previsibilidade, bastando que se identifique a resposta, o reforço que ela produz e o efeito deste reforço sobre a resposta. Feito isso, posso alterar o comportamento nesta ou naquela direção, bastando que eu modifique a relação entre resposta e reforço. Esta é a vantagem da prosposta de Skinner, pois ela nos permite transitar no mundo dos eventos naturais, o que consequentemente permite também a utilização do método experimental no estudo do comportamento, sendo a utilização deste método um avanço científico considerável, uma vez que o que se estuda no mundo simplificado do laboratório não é diferente do mundo externo, ou seja, não há uma ruptura entre a natureza do mundo dentro do laboratório e a natureza do mundo fora deste. São o mesmo mundo. Existe uma continuidade entre ambos. Sendo assim, as leis descobertas por meio de arranjos experimentais no laboratório podem perfeitamente serem aplicadas ao mundo cotidiano, desde que se resguardem as devidas proporções na complexidade das relações entre eventos ambientais e eventos comportamentais dentro e fora do laboratório.
Voltemos às operações de reforçamento positivo e negativo. Na operação de reforçamento positivo o comportamento é fortalecido por um estímulo que é acrescentado à situação. Diga-se de passagem, que este estímulo é produzido por este comportamento, já que há entre ambos uma relação de dependência. Veja a tirinha abaixo:
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O comportamento de “olhar de biscoito” de Snoopy é reforçado positivamente por Charlie Brown. Possivelmente Snoopy agiu assim porque outras vezes no passado quando lançou sobre Charlie Brown este mesmo olhar, acabou recebendo alguns biscoitos de chocolate. E há na tirinha informações que nos permite tal conjectura, pois Snoopy afirma ao final: “O velho olhar fixo de biscoito de chocolate”. Certamente este mesmo comportamento foi reforçado positivamente em outras circunstâncias semelhantes no passado, em função disso continua acontecendo. Um estímulo foi acrescido à situação: o comportamento de dar biscoitos por parte de Charlie Brown. Portanto, o termo positivo faz referência ao estímulo que é acrescentado.
Associado ao reforçamento positivo estão os sentimentos de bem-estar, motivação, alegria, exaltação etc. Mas um estímulo não é um reforçador positivo por causa de seus efeitos emocionais, e sim por causa de seus efeitos sobre o comportamento que o provoca. No caso do estímulo reforçador positivo, seu efeito é fortalecer o comportamento que o produz.
É visível como Snoopy ficou feliz. Então há uma relação entre o uso de reforçamento positivo e os sentimentos de alegria, realização, felicidade etc. Se quisermos construir um mundo em que as pessoas sejam mais felizes, temos que pensar no tipo de reforçamento que utilizamos em nossas relações. No entanto, isso não quer dizer que reforçamento positivo reforce apenas comportamentos adaptativos. Ele também pode ser responsável pela produção de comportamentos desadaptativos. Um bom exemplo é a dependência química. A droga enquanto estímulo reforçador positivo reforça todos os comportamentos que envolvem o seu uso, inclusive o tráfico, o roubo etc. E a longo prazo ela destrói relações e também a saúde de seus usuários. Então reforçamento positivo, embora, esteja associado a sentimentos positivos, também pode produzir comportamentos desajustados, por isso se deve tomar muito cuidado ao se analisar um comportamento e as relações que ele estabelece com o ambiente.
Na operação de reforçamento negativo um comportamento é fortalecido pela remoção de um estímulo. Neste caso a consequência do comportamento é a remoção do estímulo. Vejamos a tirinha abaixo:
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Na tirinha Linus faz o sanduíche para livrar-se da ameaça de agressão. O estímulo (comportamento) “ameaça” é removido pelo comportamento de fazer o sanduíche. Então o termo negativo faz menção ao fato de que um estímulo é subtraído. Este estímulo chamamos de estímulo reforçador negativo, ou simplesmente reforço negativo. No exemplo da tirinha o comportamento de Linus está sendo mantido através de reforçamento negativo. Se Linus agiu tão prontamente é porque provavelmente no passado ele recebeu outras ameaças, e talvez algumas delas chegaram a se concretizar. Associado ao reforçamento negativo está geralmente o sentimento de alívio quando o estímulo reforçador negativo é romovido. Mas quando este ainda está em operação é comum a ansiedade, angústia, medo, apreensão, mal-estar etc. Todos estes são exemplos de reações emocionais que comumente chamamos negativas, mas não é por causa disso que a operação é chamada de reforçamento negativo, mas sim por causa da função que tem o estímulo removido como consequência da ocorrência de um determinado comportamento, e esta função é o fortalecimento deste comportamento.
Vejam, portanto, que as operações de reforçamento, sejam elas de reforçamento positivo ou negativo produzem (fortalecem) comportamento. É bom que isso fique claro, pois comumente reforçamento negativo é confundido com punição. Embora exista uma estreita relação entre as operações de punição e reforçamento negativo, punição não produz (fortalece) comportamento. Punição suprime temporariamente o comportamento punido, mas somente enquanto ela estiver agindo. Cessada a punição o comportamento punido provavelmente volta a ocorrer.
A estreita relação entre punição e reforçamento negativo ocorre porque o agente punidor torna-se por causa do uso da punição um estímulo do qual fugimos ou tentamos evitar. Quando fugimos o comportamento de fuga é mantido por reforçamento negativo. Mas por que o agente punidor pode se tornar por si só um estímulo do qual temos a tendência a fugir e/ou evitar (esquivar)? Aqui aproveitamos para introduzir mais uma operação comportamental relacionada à ocorrência do comportamento operante. Esta operação é chamada de discriminação.
Já entendemos que o comportamento operante é afetado por suas consequências. Entendemos também que a relação entre comportamento e suas consequências é uma contingência. Mas existe outro tipo de contingência quando o que está em jogo é o comportamento operante. Este comportamento também mantém relações de dependência com estímulos presentes no contexto em que ocorre e é reforçado.
Todo comportamento ocorre em um contexto. Os estímulos do contexto podem se associar aos estímulos reforçadores. Quando isso acontece eles adquirem a função de sinalizarem a ocorrência de reforços, sejam eles positivos ou negativos. Estes estímulos são chamados de estímulos discriminativos, e a operação de estabelecimento dos mesmos é chamada de discriminação. Voltemos ao exemplo de Linus e a irmã. Provavelmente Linus foi punido pela irmã outras vezes no passado. Porque isso aconteceu certos comportamentos da irmã se tornaram estímulos sinalizadores de punição. O punho armado da irmã na figura age neste sentido, ou seja, ele sinaliza uma operação de punição em andamento. Para fugir da punição sinalizada pelo comportamento da irmã, Linus acaba fazendo o sanduíche. O comportamento agressivo da irmã é o estímulo discriminativo que tornou mais provável o comportamento de fazer sanduíche por parte de Linus.
Neste exemplo aprendemos algo importante. Estímulos discriminativos não agem como os estímulos incondicionado e condicionado no comportamento respondente. Eles não provocam o comportamento, eles tornam mais provável o comportar-se neste ou naquele sentido. Então os estímulos discriminativos aumentam a probabilidade de ocorrência de um determinado comportamento. A relação entre comportamento, suas consequências e os estímulos do contexto chamamos de contingências do reforço. A análise do comportamento passa pela análise das contingências do reforço.
Estímulos discriminativos também podem sinalizar a ocorrência de reforçamento positivo. Veja a tirinha abaixo:
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Vemos na cena Snoopy beijando Paty Pimentinha. O beijo de Snoopy sinaliza que ele está disposto a se envolver em outros comportamentos de manifestação de carinho. Quando, por exemplo, o amado quer surpreender a sua amada e torná-la predisposta a manifestar comportamentos de carinho, ele dá a ela um buquê de flores ou a chama para jantar. A surpresa do amado sinaliza que ele está disposto a reforçar comportamentos de carinho de sua amada e sinaliza que naquela noite ele quer um encontro especial. A surpresa sinaliza ainda para a amada que o amado naquela noite está predisposto a ser carinhoso. O buquê ou o convite para jantar são estímulos discriminativos sinalizadores de reforçamento positivo.
Estímulos parecidos, ou seja, que guardam alguma propriedade com algum estímulo discriminativo também têm a função de aumentar a probabilidade de certos comportamentos. Uma mulher com saudades do amado que está viajando pode achar que o viu na rua porque cruzou com algum homem que se parece com ele. O cheiro de um perfume doce pode nos lembrar alguém com quem nos relacionamos no passado e que também usava perfumes doces. Esse princípio chamamos generalização. A generalização ocorre tanto no condicionamento respondente quanto no condicionamento operante.
A mesma operação que produz estímulos discriminativos produz também um tipo de reforço que chamamos reforçadores condicionados. Existem os estímulos reforçadores incondicionados e os estímulos reforçadores condicionados. Estímulos reforçadores incondicionados e condicionados podem ter tanto a função de reforços positivos ou negativos, ou seja, podem reforçar comportamento pela sua adição ou subtração. Estímulos reforçadores incondicionados são aqueles de importância biológica: comida, bebida, sexo, abrigo contra calor ou frio etc. Estímulos reforçadores condicionados são aqueles estímulos que adquiriram a função de reforçar porque foram associados a algum estímulo reforçador incondicionado. O dinheiro é um bom exemplo de reforçador condicionado, pois com ele compramos comida, bebida, nos abrigamos contra o frio e nos protegemos do calor etc. Carinho, afeto, atenção são outros exemplos de reforçadores condicionados.
Desde muito cedo recebemos carinho, afeto e atenção de pessoas próximas de nós. Estes costumam ser acompanhados de comida e bebida. A mãe que amamenta e acaricia seu bebê é a cena perfeita para o estabelecimento destes reforçadores desde muito cedo. Desta forma novos reforçadores vão sendo construídos. Na medida em que novos estímulos ao longo da vida vão sendo pareados (associados) a reforçadores incondicionados ou a outros reforçadores condicionados, vão surgindo novos reforçadores condicionados.
Mas fica a pergunta: por que o reforço reforça? Da mesma forma que a evolução das espécies selecionou alguns comportamentos por causa de seu valor de sobrevivência, selecionou também a capacidade de certos comportamentos serem afetados pelas consequências que produzem. Estes comportamentos são os operantes. O operante corrige uma falha da evolução. A evolução só selecionou aqueles comportamentos adequados ao ambiente em que a espécie se desenvolveu. Num ambiente em constante mutação estes comportamentos selecionados pela evolução não permitiriam a espécie se adaptar eficazmente. Para corrigir esta falha o mesmo processo evolutivo selecionou a susceptibilidade de alguns comportamentos serem afetados por suas consequências, permitindo a espécie se adaptar a novos ambientes pela aquisição de novos comportamentos.
O mesmo princípio presente na seleção de comportamentos que têm valor de sobrevivência para a espécie, opera na determinação (causação) dos comportamentos operantes, ou seja, estes são selecionados pelas consequências que produzem por causa de seu valor adaptativo. Mas este processo também tem uma falha, pois ele pode produzir comportamentos desadaptativos como já tivemos oportunidade de assinalar. Para correção desta falha surgiu a “linguagem” (comportamento verbal). Veja que linguagem está entre aspas porque para o Behaviorismo Radical não existe linguagem enquanto entidade metafísica. Linguagem enquanto sinônimo de língua empregada por um povo é nada mais do que a codificação do conjunto de comportamentos verbais deste mesmo povo, mas deixemos esta querela para outros posts.
Através do comportamento verbal podemos descrever nossos comportamentos e as relações que ele estabelece com o meio, criando para nós mesmos e para a cultura que vivemos regras que evitam que incorramos em comportamentos que podem nos prejudicar e prejudicar aqueles com quem vivemos, ou regras que aumentam a probabilidade de comportamentos que promovam o bem-estar da cultura. Regras do tipo: “o uso de drogas destrói a saúde”. Logicamente que a regra não impede que sejam criadas ocasiões para o reforçamento de comportamentos pouco adaptativos, mas aumentam as chances de acertos e minimiza as chances de erros. O caso das drogas é um bom exemplo, pois a imediaticidade dos reforços positivos produzidos pelo seu uso é muito mais poderosa do que as adversidades produzidas a longo prazo. Mas tudo que a regra faz é sinalizar para estas consequências adversas a longo prazo. Neste caso existem duas contingências concorrendo uma com a outra: a contingência imediata e a contingência a longo prazo.
Portanto, o modelo de causalidade proposto pela psicologia skinneriana apresenta-nos três níveis de seleção: a filogenética, a ontogenética e a cultural. A filogenética diz respeito aos comportamentos selecionados ao longo da evolução da espécie. A ontogenética à susceptibilidade de certos comportamentos serem afetados por suas consequências e a cultural aos comportamentos que permitem-nos descrever as contingências que governam nossos comportamentos nos três níveis. Em outros posts exploraremos com mais detalhes os dois últimos níveis.
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domingo, 19 de fevereiro de 2017
Estácio de Sergipe recebe as psicólogas Lidiane Drapala e Marcela, representantes do CRP-19, para proferir uma palestra sobre, "ética em psicologia e aprendizagem e conduta dos futuros psicólogos".
A
coordenação do curso de psicologia da Estácio de Sergipe, representada pelo professor e psicólogo João
Paulo Feitoza, organizou um evento de início de semestre e teve como convidados
especiais, representantes do CRP 19 (Conselho
Regional de Psicologia de Sergipe).
A palestra foi direcionada especialmente para
os alunos de psicologia do 8º, 9º e 10º períodos.
O professor
João Paulo fez a abertura do evento e passou a palavra para as palestrantes psicólogas
Marcela, orientadora fiscal do Conselho Regional de Psicologia e Lidiane
Drapala, assessora de pesquisa do CRP.
Na apresentação elas falaram sobre ética em psicologia e fizeram referência a aprendizagem de conduta dos futuros
psicólogos.
O evento
aconteceu na última quarta-feira à noite, no prédio novo da Estácio de Sergipe.
O blog TV PSI, fez a
cobertura, e em entrevista a psicóloga
Marcela, falou que o objetivo é “tratar de questões relacionadas ao conselho,
legislação psicológica, articular a instituição ao Conselho Regional de
Psicologia, trazer os futuros profissionais para próximo do conselho”.
Além das convidadas e da participação dos acadêmicos,
estiveram presentes os professores,
psicólogos, Ana Paula, José Paulo, Walter e Luciene.
Parabéns a todos que participaram deste evento tão
necessário para nós futuros psicólogos! Afinal, precisamos fortalecer parceria
com o CRP 19-Conselho Regional de Psicologia de Sergipe que tem como presidente o jovem Alan Santana e equipe.
Deixo aqui um registro destacando o belíssimo
trabalho que o CRP-19 vem fazendo aqui em Sergipe. Queremos parabenizar a essa gestão por facilitar e aproximar os profissionais e acadêmicos
de psicologia no estado de Sergipe.
Na nossa visão, o diferencial do
CRP-19 é o acolhimento aos profissionais e acadêmicos, e está sempre de portas abertas.
Visite o site: http://www.crp19.org.br/
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