Defender o fim da violência contra as mulheres é "questão de vida ou morte"
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Quem afirma é o secretário-geral da ONU na celebração do Dia Internacional pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas; Ban Ki-moon destaca que em alguns países até 70% das mulheres já sofreram abuso físico ou sexual dos parceiros.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O Dia Internacional pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas é celebrado todos os anos em 25 de novembro, mas neste ano, a comemoração na ONU foi antecipada para esta segunda-feira.
No evento em Nova York, o secretário-geral afirmou que combater o problema é questão de "vida ou morte".
Crimes
Segundo Ban Ki-moon, em alguns países, até "70% das mulheres relataram ter sofrido violência física ou sexual do parceiro. Em outras nações, o parceiro é responsável por 40% a 70% dos assassinatos de mulheres".
O chefe da ONU destaca ser até difícil acreditar nessas estatísticas e ainda mais complicado entender o porquê de homens transformarem mulheres e meninas em suas vítimas.
Ban Ki-moon também quer entender por quê a sociedade culpa as vítimas; e governos falham em punir crimes fatais e a razão de "o mundo se negar a receber os frutos da participação total das mulheres", ou seja dar igualdade a elas na sociedade.
Ações
Nos últimos 10 anos como secretário-geral da ONU, Ban diz que tentou de várias maneiras acabar com a violência contra mulheres e meninas, por meio da criação da agência ONU Mulheres, da campanha UNite, da Rede de Homens Líderes e defendendo a causa constantemente.
No evento, o chefe da ONU aproveitou para fazer um balanço, e disse que "finalmente aumenta o reconhecimento global de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação dos direitos humanos; uma pandemia de saúde pública e um obstáculo sério ao desenvolvimento sustentável".
Ações para reverter o quadro são necessárias, mas falta financiamento. Ban Ki-moon pediu aos governos para que aumentem os gastos nacionais em apoio aos movimentos de mulheres e organizações da sociedade civil.
Financiamento
Ele também pede mais financiamento para a ONU Mulheres e para o Fundo Fiduciário da ONU pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Além de governos, Ban quer contribuições do setor privado, de filantropistas e de cidadãos preocupados com a causa.
Ban Ki-moon, que deixa o cargo dia 31 de dezembro, afirmou que viu "muito horror nos últimos 10 anos, mas também grande heroísmo e resiliência" de mulheres que arriscam suas vidas pelos direitos humanos e de meninas que lutam por suas vidas após fortes ataques.
O secretário-geral mencionou suas conversas com mulheres e meninas de um hospital em Goma, na República Democrática do Congo, e suas reuniões com uma "das grandes defensoras do mundo", a jovem paquistanesa Malala Yousafzai.
Ban Ki-moon lembra que 25 de novembro, conhecido como o "Dia Laranja", simbola um futuro brilhante para mulheres e meninas e com investimentos e vontade política, essa luz continuará "brilhando".
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